A mulher que hoje exibe com orgulho sua gravidez na praia, que freqüenta bares e botecos, que pode soltar palavrões em conversas animadas, a mulher que, enfim, goza de plena liberdade deveria acender uma vela por noite para Leila Diniz. O conselho é do escritor e jornalista Joaquim Ferreira dos Santos, autor da biografia "Leila Diniz - Uma Revolução na Praia" (280 páginas, R$ 39), que chegou ontem às livrarias. Leila Diniz quebrou tabus de uma época em que a repressão dominava o Brasil. Escandalizou a tradicional família brasileira ao exibir a sua gravidez de oito meses, na praia de biquíni e ao amamentar a filha Janaína diante das câmeras. Defensora do amor livre e do prazer sexual, irritou feministas tradicionais e se tornou símbolo da liberação feminina dos anos 1960 e 1970. Morreu em 1972, em um acidente de avião na Índia, no auge de sua fama. Voltava de um festival de cinema na Austrália, onde ganhara o prêmio de melhor atriz com o filme "Mãos vazias".
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